Em 18/10/19, o Fórum Baiano de Educação Infantil (FBEI), coordenado por Rose Bonfim, realizou reunião ampliada e Ciranda Reflexiva no município de Lauro de Freitas em parceria com o Departamento de Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação de Lauro de Freitas, cuja diretora é Dinalva Moreira da Silva.
Tais instituições foram subsidiadas pelo Fórum Municipal de Educação Infantil de Lauro de Freitas (FMEI-LF) que atuou como colaborador e mediador para a organização do evento.
O encontro contou com a presença de profissionais de Educação das instituições de/ou com turmas de Educação Infantil de Lauro de Freitas e teve por tema “A BNCC e o cotidiano na Educação Infantil”.
Houve a apresentação do FBEI aos/às presentes, sobretudo sobre sua organização, princípios e ações, por Rose Bonfim que, por sua vez, articulou a discussão com abordagem acerca de políticas públicas de garantia de direitos educacionais da primeira infância (financiamento, formação inicial continuada, estrutura entre outros) e relacionou estes aspectos à BNCC.
Carla Pinheiro, membro do grupo gestor do FBEI e presidente do FMEI-LF deu continuidade à discussão com a apresentação da linha do tempo de construção da BNCC com destaque à participação do ativismo da Educação Infantil na produção do texto da primeira etapa da Educação Básica na BNCC.
O debate teve ainda por arcabouço teórico e argumentativo o texto “O que é básico na BNCC da Educação Infantil?” (BARBOSA et all, 2016) e o Parecer CNE/CEB 20/2009 (as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil).
Outro ponto de reflexão foi acerca de se as práticas cotidianas das instituições de Educação Infantil de aquele território estavam cumprindo com a efetivação das 10 competências básicas da BNCC em suas vivências pedagógicas. No tocante, houve a análise de falas de vídeo produzido pela SEMED-LF sobre o dia do professor que contou com a presença de três professoras da rede municipal de Educação, de da charge “(1984) A escola da Natureza”, de Frato e de imagens sobre o trabalho com datas comemorativas em ambientes educacionais.
O cumprimento da função sócio política e pedagógica da Educação Infantil conforme preconiza as DCNEIs (BRASIL, 2009) foi problematizada através da concretização de práticas que reproduzem estereótipos que não condizem com a realidade e a pluralidade dos bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas atendidas nas instituições de Educação Infantil de Lauro de Freitas, tais como composição familiar cujo homem é o símbolo de poder e superioridade, avós e avós de aparência debilitada, que se reduz ao espaço doméstico (sobretudo cozinha) e de cor de pele padronizada, etc.
Outros aspectos sócio-histórico culturais que dizem respeito aos povos indígenas e a outros grupos étnico-raciais também serviram de inquietação para repensar o ser e fazer pedagógico das IEIs.
Abordagens acerca da natureza fizeram parte do escopo apresentado à medida que refletimos sobre experiências superficiais, descontextualizadas e exclusivamente escolarizantes para discutir sobre questões que fazem parte do nosso cotidiano e da manutenção da vida.
Dinalva Moreira e Débora Cruz (representante da formação continuada de EI de LF) trouxeram também informações pedagógicas e administrativas sobre as ações a ser realizadas como uma exposição pedagógica em rede.
Como estratégia de trazer a discussão para o campo prático e plausível, Carla Virgínia Oliveira Costa e Rita de Cassia Silva Santos, educadoras do CMEI Castro Alves (SSA/BA) apresentaram relato de experiência “É da natureza da criança fazer arte” em que as crianças e suas famílias são envolvidas em um processo pedagógico de descobertas de si e da natureza que por sua vez conhecem, brincam, exploram, expressam, conhecem a si, ao outro e ao seu entorno na construção de sua identidade individual e coletiva de forma a contemplar, dentre outros elementos, os direitos de desenvolvimento e aprendizagem preconizados na BNCC.
Vale ressaltar que o CMEI Castro Alves faz parte do grupo gestor do FBEI como instituição de Educação Infantil, cuja representante é Rita de Cassia Silva. As educadoras supracitadas ainda mediaram a exposição que traziam técnicas e instrumentos utilizadas na execução do projeto e possibilitaram aos/as participantes viver um pouco do que foi realizado com as crianças do Grupo 2.
Os/As presentes participaram ativamente das discussões, expuseram suas inquietações, repensarem sobre suas práticas e sobre caminhos para construção da identidade da Educação Infantil e de seus atores e atrizes de acordo com as DCNEIs e outros dispositivos legais.
Rose Bonfim, defendeu que “essa ação pretende oxigenar o FBEI, dar visibilidade e empoderar os municípios com discussões e temáticas que às vezes não chegam onde efetivamente precisamos chegar.”